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É #FAKE que mulher fazer xixi depois de sexo evita gravidez


A modelo Any Awuada, que diz ter ficado com Neymar, fez post falando sobre isso e viralizou nas redes sociais. Médicos explicam que essa alegação é mentira. É #FAKE que mulher fazer xixi depois de sexo evita gravidez

Reprodução

Circulam nas redes sociais um vídeo no qual uma mulher – que diz ter feito sexo com Neymar – afirma não correr risco de gravidez porque "quando você faz xixi logo em seguida, não engravida". É #FAKE.

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Leia, abaixo, respostas a estas três perguntas:

O que a mulher diz no vídeo?

Por que é falso que urinar depois do sexo evita gravidez?

Quais são os métodos contraceptivos indicados?

🛑 O que a mulher diz no vídeo?

O conteúdo, que foi reproduzido milhões de vezes nas redes sociais, mostra a modelo Any Awuada – nome artístico de Nayara Macedo – respondendo a comentários de seguidores. Um deles diz: "Menina, estou torcendo aqui para você ter um filho do Neymar".

No vídeo, publicado em 16 de março de 2023, Any rebate: "Gente, fica tranquilo, que, assim, eu fiz xixi logo em seguida. E, quando você faz xixi logo em seguida, você não engravida. Então, tipo assim, não tem essa possibilidade".

Em 14 de março de 2025, a modelo havia dado uma entrevista ao jornalista Léo Dias na qual afirmou que fez sexo com o jogador Neymar, do Santos. O encontro teria ocorrido quatro dias antes, durante uma festa em uma chácara no interior de São Paulo. Any descreveu ter recebido R$ 20 mil pelo trabalho.

A assessoria de Neymar já negou, a outros veículos de imprensa, participação do atleta no evento. E, procurada pelo Fato ou Fake, não havia respondido até a última atualização desta reportagem.

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⚠️ Por que é falso que urinar depois do sexo evita gravidez?

O Fato ou Fake ouviu médicos que foram unânimes em desmentir a alegação. Veja as explicações:

"A urina vem da bexiga, passa pela uretra e sai fora. Ela vem pelo aparelho urinário. Depois da relação sexual, o espermatozoide vai para o trato ginecológico. Ou seja, sobe pela vagina, pelo útero e, eventualmente, chega às trompas. As duas vias não têm comunicação", explicou Drauzio Varella.

"Não tem sentido uma [dizer uma] coisa dessa [que urinar depois do sexo evita gravidez]. O que acontece é que, se a mulher urinar depois, reduz o risco de infecções urinárias, mas não tem nada a ver com a fecundação do óvulo."

O ginecologista José Bento afirmou:

"Essa alegação é completamente falsa. É um absurdo. Urinar não vai interferir em absolutamente nada na taxa de gravidez. A uretra corre no teto da vagina e vai desembocar na saída, nos grandes lábios. Então, não tem comunicação, não tem nenhuma comunicação entre a a bexiga, a uretra e o volume ejaculado, que foi feito na vagina".

A ginecologista Ana Paula Beck, do Hospital Israelita Albert Einstein, também desmente a alegação: "É claro que é fake. Se fosse verdade, ninguém engravidaria tão fácil".

A médica descreve que médicos recomendam que a pessoa vá ao banheiro após ter relação, mas isso não tem relação com qualquer método contraceptivo: "Essa recomendação tem a ver com a diminuição de infecção urinária. A urina sai por um canal, e a relação é feita pelo canal vaginal. Urina não limpa o canal vaginal".

Ana Paula Beck ainda ainda que não se evita a gravidez caso o homem urine antes da relação sexual: "Apesar de o homem ejacular e urinar pelo mesmo canal, ele não evita a gravidez se fizer xixi antes de ejacular. Não é possível isso".

A ginecologista Carolina Ambrogini completa: "Não tem nada a ver. Se isso fosse verdade, não teria propósito o uso de contraceptivos".

A modelo Any Awuada, nome artístico de Nayara Macedo

Reprodução/ Instagram

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📌 Quais são os métodos contraceptivos indicados?

Esta reportagem publicada em junho de 2022 listou estes métodos para as mulheres:

Pílula – Existem as pílulas combinadas (com estrogênio sintético ou natural associado a um progestágeno) e as que que têm apenas componentes da progesterona. No primeiro caso, o medicamento é contraindicado em pacientes que já sofreram ou têm risco de desenvolver trombose – pode causar ainda dor de cabeça, desconfortos gastrointestinais, aumento de varizes e perda da libido. As que são à base de progesterona devem ser prescritas a quem tem histórico de trombose e está amamentando.

Adesivo – Baseado na administração de hormônios por meio de um adesivo, que libera estrogênio e progesterona em contato com a pele. O material bloqueia a ovulação e faz com que o muco cervical fique mais espesso, impedindo que os espermatozoides cheguem ao local de encontro com o óvulo.

Anel vaginal – Feito de silicone, tem progesterona e estrogênio em sua composição. Quando utilizado de maneira correta, tem eficácia de quase 99% contra a gravidez. Pode causar náuseas, dor de cabeça, ganho de peso e, se não estiver bem colocado, sair durante a relação sexual.

Injeção – O anticoncepcional é aplicado no músculo do glúteo e libera o hormônio ao longo de três meses ou um mês. Indicado a mulheres que não são tão regradas com prazos e horários, já que a aplicação pode ser feita uma vez por mês ou a cada três meses na farmácia, no consultório médico e em hospitais pelo Sistema único de Saúde (SUS).

DIU hormonal – O dispositivo intrauterino libera progesterona no útero e na região pélvica, o que impede a gestação. São considerados de longa duração e indicados a mulheres que não têm uma rotina regrada.

Implante subdérmico – Conhecido como Implanon, esse anticoncepcional é reversível e tem ação prolongada. Tem forma de bastão, com aproximadamente 4 cm de comprimento e 2 mm milímetros de diâmetro, que libera etonogestrel (hormônio sintético e semelhante à progesterona). Pode deixar a mulher com um sangramento irregular, mas cerca de 50% ficam sem menstruar.

DIU de cobre – Dispositivo livre de hormônios e provoca inflamação controlada no útero, espessando o muco cervical, fazendo com que o esperma morra. Ele não é abortivo e dura dez anos.

DIU de prata – Funciona como o DIU de cobre, mas tem um pouco de prata em sua composição. Ajuda a diminuir a quantidade de sangue durante a menstruação e as dores, mas dura cinco anos.

Camisinha masculina – Método mais tradicional entre homens e mulheres – além de prevenir uma gravidez indesejada, age contra infecções sexualmente transmissíveis como sífilis, AIDS, HPV, gonorreia e outras. O preservativo deve ser colocado logo no começo da relação sexual, e não apenas pouco antes da ejaculação.

Camisinha feminina – Usado para prevenir ISTs (infecções sexualmente transmissíveis). No modelo feminino, funciona como uma "bolsa", fazendo com que a mulher não receba o líquido ejaculado pelo homem. Ainda não é tão popular entre o público feminino, mas serve para dar mais independência, segundo médicos.

Tabelinha – Usada para saber os dias em que a mulher está no período fértil para evitar relações desprotegidas. Mas esse método não é seguro.

Temperatura basal – Faz com que mulheres evitem uma gravidez não planejada medindo a temperatura corporal. É feito com um termômetro comum, que não deve ser compartilhado com outras pessoas.

Coito interrompido – Quando está na na iminência de ejacular, o homem retira o pênis da vagina. Mas existe a chance de o líquido que sai antes da ejaculação conter esperma e, dessa forma, provocar a fecundação.

Lactação – A mulher, quando está amamentando, não menstrua – e muitas delas optam por não usar um método contraceptivo em paralelo. Contudo, não há garantia de que funcione.

Pílula do dia seguinte – Método não abortivo e composto por uma alta dose de progesterona que, dependendo da fase do ciclo menstrual, vai atrasar a ovulação ou impedir o desenvolvimento do espermatozoide. Como sugere o nome, só pode ser usada em emergências. A ingestão de mais de duas vezes ao ano aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e reduz a eficácia.

Laqueadura – Existem dois tipos que podem ser feitos quando a mulher opta pela laqueadura. m um deles, as tubas uterinas são cortadas no meio e têm as extremidades amarradas, impedindo que os óvulos entrem em contato com os espermatozoides. No outro procedimento, existe a possibilidade de colocar grampos, que "espremem" as trompas e fecham a passagem dos óvulos liberados do ovário para o útero.

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