O grupo utilizou atores pagos para espalhar fake news sobre os adversários, esquema que foi alvo da operação Teatro Invisível. Agora, a Polícia Federal busca descobrir os financiadores da organização criminosa que atuou em pelo menos três eleições. Empresas que têm contratos com municípios da Baixada são investigadas pela PF por financiar candidatos a prefeito no RJ
A Polícia Federal investiga duas empresas que possuem contratos com municípios da Baixada Fluminense. Segundo as investigações, a Pavipremo e a Pavibras fazem parte de uma organização criminosa que financiou candidaturas a prefeituras do Rio de Janeiro.
O grupo utilizou atores pagos para espalhar fake news sobre os adversários, esquema que foi alvo da operação Teatro Invisível. A primeira fase da investigação terminou com 4 presos.
O RJ2 descobriu com exclusividade que uma das principais empresas sob investigação é a Pavipremo, que forneceu o carro usado pelo ex-vice-prefeito de São João de Meriti e atual deputado estadual, Valdecy Da Saúde, e sua esposa, no ano passado.
A empresa é acusada de financiar ilegalmente campanhas políticas, incluindo a de Valdecy em sua candidatura fracassada a prefeito de São João de Meriti. Entre junho de 2023 e outubro de 2024, a Pavipremo movimentou quase R$ 1 bilhão.
Deputado estadual usa carros de luxo de empresas e comprou mansão
Desde 2019, a empresa já recebeu R$ 235 milhões do município da Baixada, sendo R$ 22 milhões provenientes das chamadas "emendas pix", que são enviadas por deputados federais diretamente para a conta da prefeitura, sem transparência.
Outra fonte de recursos, segundo as investigações, foi o leilão da Cedae, que destinou R$ 17 milhões à Pavipremo.
A PF ainda investiga outra empresa com nome semelhante, a Pavibras Pavimentadora Brasileira, que também possui grandes contratos públicos.
A Pavibras é campeã de pagamentos em um órgão do governo do estado envolvido em polêmicas desde o início da atual gestão.
Procurado, o deputado estadual Valdecy Da Saúde repudiou as alegações da PF contra ele na operação Teatro Invisível e se colocou à disposição para contribuir com as investigações.
Fraude em licitações e lavagem de dinheiro
Dr. Serginho, Didê, Valdecy da Saúde, Aarão e Rubão
Reprodução
Davi Perini Vermelho, conhecido como Didê, foi eleito presidente do Instituto Rio Metrópole (IRM) mesmo após ter sido preso.
Ele é suspeito de negociar respiradores superfaturados durante a pandemia, causando um prejuízo de R$ 33 milhões aos cofres públicos. Sob sua gestão, a Pavibras Pavimentadora já recebeu R$ 61,5 milhões.
Didê e a Pavibras também são mencionados no relatório da PF da operação "Teatro Invisível 2". A empresa é acusada de movimentar valores oriundos de atividades ilícitas, enquanto Didê é apontado como responsável por fraudar processos licitatórios.
Didê afirmou que não tem relação com os fatos investigados pela Polícia Federal na Operação Teatro Invisível. Sobre a a suspeita de envolvimento em superfaturamento de respiradores na pandemia, disse que, até o momento, nada foi provado. Em relação a pavibras, disse que a empresa venceu a licitação do instituto rio metrópole obedecendo a todos os parâmetros técnicos e legislação vigente. O RJ2 não tivemos retorno da Pavipremo e da Pavibras.