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Houthis dizem estar em guerra contra EUA, afirmam que não recuarão e atacam navios norte-americanos


Rebeldos do Iêmen são alvo de bombardeios dos EUA no fim de semana. Trump acusa grupo, financiado pelo Irã e que ataca navios no Mar Vermelho desde o início da guerra em Gaza, de colocar em risco segurança dos americanos. Integrantes e simpatizantes dos Houthis participam de protesto contra os EUA em Sanaa, no Iêmen, em 17 de março de 2025.

Adel Al Khader/ Reuters

Os Houthis, grupo rebelde do Iêmen alvo de ataques recentes dos Estados Unidos, disseram nesta terça-feira (18) que estão em guerra com os EUA.

Diante de ameaças feitas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, os rebeldes afirmaram que não recuarão e anunciaram ainda ter atacado navios norte-americanos em rota no Mar Vermelho.

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Em comunicado, os Houthis disseram ter lançado mísseis e drones que atingiram o grupo do porta-aviões norte-americano Harry S. Truman — de onde partiram caças que atacaram alvos houthis no fim de semana — e afirmou que o ataque foi o terceiro contra embarcações dos EUA em 24 horas.

A Casa Branca ainda não havia confirmado os ataques até a última atualização desta reportagem.

A ofensiva foi uma resposta aos bombardeios de Washington no fim de semana contra redutos houthis no Iêmen — o grupo rebelde, que entrou em guerra contra o governo iemenita há mais de dez anos, controla atualmente várias regiões do país (leia mais abaixo).

Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, os houthis — financiados pelo Irã e parte do chamado "Eixo da Resistência" — lançam mísseis contra o sul do Israel e atacam embarcações militares e comerciais no Mar Vermelho, uma das principais rotas marítimas do mundo.

Nesta terça, o comando do grupo criticou os bombardeios realizados na segunda-feira (17) por Israel na Faixa de Gaza e afirmou que o movimento rebelde "continuará seu apoio e assistência (aos palestinos) e intensificará a confrontação" contra Israel.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, havia dito na segunda-feira que o Irã será "considerado responsável" de qualquer ataque dos houthis.

"Cada disparo dos houthis será considerado, a partir de agora, um disparo lançado por armas iranianas e pelos dirigentes do Irã, e o Irã será considerado responsável e deverá assumir as consequências", escreveu em sua rede Truth Social.

Durante a segunda-feira, milhares de manifestantes exibiram cartazes e armas, aos gritos de "morte aos Estados Unidos, morte a Israel", em um protesto na capital, Sanaa, segundo imagens exibidas pelo canal Al Masirah.

Também foram registradas manifestações em outras cidades como Saada, Dhamar, Hodeida e Amran.

Os bombardeios americanos do fim de semana atingiram principalmente a capital do Iêmen, controlada pelos rebeldes, e várias regiões do país, deixando 53 mortos - entre eles cinco crianças - e 98 feridos, segundo os huthis.

Diálogo

Vídeos mostram ataque dos EUA contra Houthis

O Comando Central Americano para o Oriente Médio (Centcom), dos EUA, disse na madrugada desta segunda que suas forças "continuam com as operações" contra os houthis.

O grupo havia interrompido os ataques contra barcos em frente ao litoral do Iêmen após a entrada em vigor em 19 de janeiro de uma trégua em Gaza, após 15 meses de guerra.Mas, recentemente, ameaçaram retomá-los após a decisão de Israel de bloquear a entrada de ajuda humanitária no território palestino.

A ONU pediu ao Exército norte-americano e aos huthis que cessem "toda atividade militar". A China pediu "diálogo" e uma desescalada.

O Ministério alemão das Relações Exteriores estimou que qualquer resposta aos ataques dos huthis deve ser "conforme o direito internacional".

Segundo Washington, "vários importantes dirigentes huthis" morreram com os bombardeios americanos.

Já o Irã condenou os ataques "bárbaros" dos Estados Unidos e advertiu que tomaria represálias contra qualquer ofensiva.

O Iêmen, um dos países mais pobres da península arábica, está submerso desde 2014 em uma guerra civil entre os houthis e o governo apoiado pela Arábia Saudita.

O conflito matou milhares de pessoas e afundou o país de 38 milhões de habitantes em uma das piores crises humanitárias da história, segundo a ONU.

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