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Índia e Paquistão seguem com cessar-fogo no domingo, apesar de troca de acusações e explosões na noite anterior


Trégua na Caxemira 'sobrevive' no domingo, apesar da troca de acusações e o registro de explosões e combates na noite do sábado; países se reunirão para uma nova rodada de conversa nesta segunda-feira (12). Soldado da Índia faz patrulha em cidade localizada na Caxemira indiana

AP

O cessar-fogo acordado entre Índia e Paquistão foi mantido neste domingo (11), mesmo após o relato de combates e explosões no sábado e troca de acusações entre representantes das duas forças militares.

Na noite de ontem, explosões de sistemas de defesa aérea ocorreram em cidades próximas à frontiera da Caxemira indiana durante um apagão, assim disseram autoridades locais, moradores e testemunhas à agência de notícias Reuters.

Os combates e as explosões cessaram ao amanhecer deste domingo, e a energia foi restaurada na maioria da região, mas a tensão ainda permanece.

Hoje, o comando militar indiano disse ter usado a linha direta que possui com militares paquistaneses para declarar que Nova Delhi responderá se os ataques de ontem se repetirem. O Paquistão negou ter transgredido o cessar-fogo, transferindo a responsabilidade pelo incidente da noite de sábado à Índia.

Rajiv Ghai, que é general e chefe das operações militares da Índia, concedeu neste domingo "autoridade total" para que os comandantes do exército neutralizem qualquer violação do "entendimento" entre os países, conforme um comunicado.

A trégua entre os países vizinhos ocorreu após quatro dias de intensos combates entre os países vizinhos, sendo que ambos possuem armas nucleares.

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As 24 horas iniciais do cessar-fogo foram celebradas como uma vitória militar, especialmente no lado paquistanês.

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Desde ontem, carreatas, desfiles com pétalas e queimas de fogos de artifício foram realizadas para celebrar o cessar-fogo e homenagear os militares do país.

O primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, declarou 11 de maio como um dia “em reconhecimento à resposta das forças armadas à recente agressão indiana”.

Escrevendo no jornal Dawn do Paquistão, o comentarista Baqir Sajjad chamou o cessar-fogo de uma “vitória calculada” por parte do Paquistão que “negou firmemente à Índia, muito mais poderosa, a vantagem militar e a narrativa diplomática que buscava dominar”.

Atuação dos Estados Unidos

No sábado, Índia e Paquistão concordaram com um cessar-fogo "completo e imediato" e também com uma nova rodada de conversas, que ocorrerá nesta segunda-feira (12).

A trégua foi informada, em primeira mão, pelo presidente norte-americano Donald Trump, na sua rede social Truth Social.

"Após uma longa noite de negociações mediadas pelos Estados Unidos, tenho o prazer de anunciar que a Índia e o Paquistão concordaram com um CESSAR-FOGO COMPLETO E IMEDIATO. Parabéns a ambos os países por usarem o bom senso e grande inteligência," disse Trump, em uma postagem no Truth Social no sábado.

Além do envolvimento da diplomacia americana, liderada pelo secretário de Estado Marco Rubio e pelo vice-presidente J.D. Vance, Arábia Saudita e o Reino Unido também participam das conversas de paz.

O Paquistão agradeceu várias vezes aos Estados Unidos, especialmente a Trump, por facilitar o cessar-fogo.

A Índia não fez nenhum comentário sobre Trump ou os Estados Unidos desde o anúncio do acordo. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, presidiu uma reunião no domingo com os principais representantes do governo e das Forças Armadas.

Um porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, afirmou no domingo que o secretário-geral António Guterres considerou o acordo um passo positivo para a redução das tensões. “Ele espera que o acordo contribua para uma paz duradoura e promova um ambiente propício à resolução de questões mais amplas e antigas entre os dois países”, disse Dujarric.

A tensão explodiu em 22 de abril, com um atentado na cidade turística de Pahalgam, na parte da Caxemira administrada pela Índia, culminando na morte de 26 pessoas e no pior conflito em quase três décadas entre os vizinhos -- ambos detentores de armas nucleares.

A Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana, governam uma parte da Caxemira, mas a reivindicam integralmente. Os países também já entraram em guerra duas vezes pela região do Himalaia.

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