Silvio & Silvano cresceram em um lar de acolhimento de Tatuí (SP), após a mãe, que também era albina, morrer em decorrência de câncer de pele. Dupla decidiu seguir sonho de infância e começou a cantar sertanejo

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Os irmãos Silvio e Silvano, de 43 e 45 anos, nasceram em Tatuí, no interior de São Paulo, mas a vida os separou ainda no início da maioridade. Mais de 20 anos depois, em 2024, eles se reencontraram e descobriram a voz como um dom em comum e deram início a um novo objetivo de vida: seguir carreira musical. Juntos, eles se autodeclaram a primeira dupla sertaneja albina do Brasil.

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A mãe dos irmãos também era albina. Quando eles tinham apenas três e cinco anos, respectivamente, ela morreu em decorrência de um câncer de pele. Sem ninguém para criá-los, eles foram para um lar de acolhimento da cidade, onde permaneceram até os 18 anos.

“Nossa mãe, por falta de informação e estudo, ela adquiriu câncer de pele. Eu acredito que ela tinha de 29 para 30 anos (quando morreu)”, relembra Silvano.

Segundo os dados de 2022 do Ministério da Saúde, pelo menos 21 mil brasileiros são albinos. A condição genética é caracterizada pela inexistência parcial ou completa da melanina, proteína que dá a coloração da pele, olhos e cabelos, que pode causar maior sensibilidade na pele, além de problemas visuais, como a baixa visão.

Irmãos têm familiares albinos, como a mãe e o tio

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"Ser albino é uma condição genética, é ser diferente do normal. Quando crianças, passamos por muitas dificuldades, rejeições e brincadeiras de mal gosto. O tempo foi passando e, com ele, veio a maturidade e, então, aos poucos fomos driblando as dificuldades", relembra Silvano.

Além da mãe albina, os irmãos contam que outro tio, que já morreu, também tinha a condição genética. A separação dos irmãos aconteceu após eles completarem a maioridade no lar. “Cada um seguiu o seu rumo, o Silvano fez os estudos dele e eu segui o meu rumo, construí minha família”, diz Silvio.

Silvio foi morar em São Paulo e o contato com o irmão mais velho diminuiu. Duas décadas depois, o que os reaproximou foi o interesse pela música. “Era lá de vez em quando, a cada três, quatro anos [que se encontravam]. Até que nos reencontramos e falamos: ‘vamos tocar aquele sonho de infância?’ A gente encontrou um profissional da música e viu que a gente tinha talento”, conta.

‘1ª dupla sertaneja albina do Brasil’

Irmãos nasceram em Tatuí (SP), mas só se reencontraram depois de 20 anos separados

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A decisão de formarem uma dupla sertaneja foi tomada em outubro de 2024, após a gravação do primeiro álbum em Atibaia (SP). Junto à decisão, eles também se autoproclamaram a 1ª dupla sertaneja albina do Brasil. “Foi uma emoção imensa, maravilhoso. Parece que você está em outro mundo, até você cai em si que o seu sonho está sendo realizado”, conta Silvano.

"Para nós, criar a primeira dupla sertaneja albina do Brasil é trazer à tona as boas memórias da época de juventude, quando reuníamos os amigos da época de escola", completa.

O álbum de estreia, intitulado “Girassol”, possui 10 faixas, sendo que quatro delas são composições autorais da dupla, além dos clássicos sertanejos já lançados por outros músicos. Os clipes divulgados no canal do YouTube já somam quase 500 mil visualizações. “A gente começou a criar as redes sociais, como não temos muito recursos, a gente está fazendo aos poucos”, afirma a dupla.

Os irmãos foram aprovados na Lei Rouanet, de incentivo à cultura, com o projeto “Raízes do Brasil, clássicos, sertanejos”, para fazerem shows em 10 cidades do Brasil, após conseguirem captação de recursos por empresas parceiras. A dupla, no entanto, guarda um sonho.

“O primeiro show ser na nossa cidade, fazer uma gravação ao vivo na Praça da Matriz, em Tatuí, capital da música, para o Brasil, até porque, todo o povo de Tatuí sabe da nossa história”.

Outro sonho para Silvio e Silvano será a oportunidade de gravar com grandes duplas sertanejas um dia. “Zé Neto e Cristiano, Henrique e Juliano, Jorge e Matheus, Maiara e Maraisa… A gente está subindo degrau por degrau, para na hora que a gente chegar lá no topo, a gente permaneça (e realize esse sonho)”.

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