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Falta de conscientização faz Piracicaba liderar média de mortes no trânsito em SP, diz especialista


Pesquisador da Unicamp disse que cidade tem boa infraestrutura, mas que precisa melhorar a educação. Município teve 19 óbitos nas vias no primeiro trimestre de 2025. Acidente entre dois carros e moto em rodovia de Piracicaba

Edijan Del Santo/EPTV

Piracicaba (SP) é a cidade do estado de São Paulo com mais mortes no trânsito por habitante no primeiro trimestre de 2025, segundo o Infosiga, portal mantido pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP).

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O município registrou 19 óbitos. O número equivale a taxa de 17,79 mortes por 100 mil habitantes. Com o índice, Piracicaba superou Mogi das Cruzes, com 17,58, e Sorocaba, que atingiu 17,46.

Luiz Vicente Figueira Mello, pesquisador da Unicamp na área de Engenharia de Transportes, afirmou que Piracicaba tem boa infraestrutura para o trânsito, mas que precisa melhorar o trabalho de conscientização.

“Jovens motociclistas são a maioria do número de mortes. Nós precisamos conversar com essas pessoas e fazer trabalho de conscientização. É o início para começarmos a mudar a cultura do trânsito. Essas ações têm que partir de forma coletiva para a sociedade, [partir] do poder público para que ‘toque’ o coração dessas pessoas e comece a tomar mais cuidado na dinâmica e no dia a dia no trânsito de Piracicaba”, afirma o pesquisador em trânsito à EPTV, afiliada da TV Globo.

O que diz a prefeitura

A Secretária Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transportes de Piracicaba informou, em nota à EPTV, que tem trabalhado para diminuir os sinistros no trânsito com três pilares: educação, engenharia e fiscalização.

A pasta comentou ainda que tem feito campanhas de conscientização com foco nos mais vulneráveis no trânsito, que são os pedestres, ciclistas e motociclistas.

Vítimas

A advogada Juliana Correr perdeu um primo, de 37 anos, após um acidente de carro na rodovia Geraldo de Barros (SP-304). O carro em que ele estava bateu contra a defensa metálica e ele morreu no local.

“Horas antes [do acidente], você está com a pessoa, seu ente querido, seu familiar ali e, depois, chega uma ligação dizendo sobre essa tragédia. Você perde o chão”, afirma Juliana Correr. “Esse luto ameniza, mas nunca vai sarar [...] Não perdemos por uma doença, perdemos por uma fatalidade, por um acidente de trânsito”, complementa.

A empresária Viviane Palauro perdeu o filho, de 24 anos, em decorrência de um acidente de carro também. Ele voltava para a casa após um dia de trabalho e uma festa. O jovem construtor estava sem o cinto de segurança.

“É insuperável. É uma dor que não desejo para ninguém, é uma dor que nunca vai passar. Um luto de uma mãe [...] Meu filho era uma excelente pessoa e o que eu posso falar para outras pessoas é que usem o cinto [...] o cinto de segurança não está ali para você não tomar multa e sim para proteger a sua vida.”, afirma Viviane Palauro.

Acidente de moto com morte em avenida de Piracicaba

Polícia Militar

Dados do trânsito de Piracicaba em 2025

Perfil

Três mulheres e 16 homens morreram no trânsito piracicabano de janeiro a 29 de abril de 2025.

Meio de transporte

52% das vítimas do trânsito em Piracicaba utilizavam motos; 21% automóveis; 21% eram pedestres e 5% com caminhão.

Locais

Foram 10 vidas perdidas em acidentes em vias municipais (52,6%) e nove óbitos em rodovias (47,4%).

Dias de semana

O final de semana teve o maior número de óbitos. Foram sete vidas perdidas no domingo e cinco no sábado. Quinta-feira foi o único dia da semana em que não foram registradas ocorrências.

Comparação com o ano anterior

Piracicaba registrou 18 mortes no trânsito no primeiro trimestre de 2024.

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