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Enraizada na Europa, Igreja Católica vê aumento no número de fiéis na África e Ásia


Após o papa Francisco ampliar a diversidade de cardeais, este conclave pode ser o mais internacional da história. Enraizada na Europa, Igreja Católica vê aumento no número de fiés na África e Ásia

Após a renúncia de Bento XVI, o papa Francisco liderou a Igreja Católica por 12 anos. Nascido na Argentina e eleito em 2013, ele foi o primeiro papa do hemisfério sul e o único pontífice não europeu em quase 1.300 anos.

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A eleição de Francisco refletiu uma mudança geográfica mais ampla na Igreja. Embora o Vaticano tenha sido o lar espiritual e administrativo do catolicismo desde a Reforma no século 16, o centro de gravidade da Igreja está mudando ao longo dos anos.

O poder da Igreja Católica está enraizado na Europa e, especialmente no Vaticano, há muitos séculos. Mas em relação aos fiéis, as coisas estão mudando. O número de seguidores da Igreja Católica está se movendo para o Leste e para o Sul do planeta.

Durante os séculos 20 e 21, a Igreja observou um rápido crescimento em parte da África, na América Latina e em partes da Ásia, o que desencadeou uma mudança física na localização dos seguidores.

População católica cresceu acima da média na África e Ásia

Maria Freitas/GloboNews

Dados do Banco de Dados Cristão Mundial, destacados pela revista britânica "The Economist", mostram que a África e a Ásia são as únicas regiões do mundo onde o aumento do número de católicos ultrapassou o crescimento total da população nos últimos 50 anos.

O gráfico acima mostra a taxa média anual de mudança na população desde 1975. Ou seja, a porcentagem de católicos na sociedade está aumentando.

A Europa, centro da Igreja Católica, por sua vez, sofre um processo contrário. A porcentagem de católicos na população está diminuindo. No continente, a participação dos católicos caiu de 37%, em 1975, para 32%, em 2025.

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Participação de católicos na Europa

Maria Freitas/GloboNews

O papa Francisco era sensível a essas mudanças e decidiu escolher cardeais em diversos países, ampliando o número de representantes africanos, por exemplo. Por isso, este conclave pode ser o mais internacional da história.

Ao todo, os 135 cardeais aptos a votar vêm de 71 países. Em 2013, o número não passou de 50. Em 2005, os religiosos tinham origem em 52 países diferentes.

A avaliação é que, nesta eleição, a Capela Sistina esteja repleta de cardeais que não se conhecem e, para eleger o papa, é preciso de um forte consenso entre eles – de pelo menos dois terços dos votos.

Infográfico mostra a evolução da origem dos cardeais nos conclaves

Maria Freitas/GloboNews

Papa e os conflitos no mundo

O papa tinha um papel de influência nos conflitos. Francisco entendia que o mundo está vivendo um cenário internacional instável, com guerras regionais importantes, e mostrava sensibilidade às pessoas que sofriam com as guerras.

Exemplo disso é a ligação íntima com a população cristã em Gaza. São cerca de 600 cristãos numa população de 2 milhões de habitantes, a maioria muçulmana.

O Vaticano diz que, em 18 meses de guerra, o papa ligou toda noite para a igreja da Sagrada Família na cidade de Gaza para saber como estavam. Ele conversava com o padre Gabriel Romanelli e também com outras pessoas comuns que estavam por lá.

O último telefonema foi no sábado (19) à noite. No domingo (20), algumas horas antes de morrer, o papa pediu um cessar-fogo em Gaza e a libertação dos reféns israelenses. A todo, foram mais de 500 ligações para o local.

A postura do papa após o 7 de outubro irritou muitos israelenses, que acreditavam que ele tinha uma falta de sensibilidade para questões judaicas. Apesar dessas críticas, Francisco procurou continuar o trabalho dos predecessores, Bento XVI e João Paulo II, de aproximar a Igreja Católica dos líderes do Judaísmo.

Papa Francisco faz oração no Vaticano e pede cessar-fogo em Gaza

Reuters

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